11 de nov. de 2012

Idade Média

  • Idade Média

Idade Média (adj. medieval) é um período da história da Europaentre os séculos V e XV. É o período intermédio da divisão clássica da história ocidental em três períodos; a Antiguidade, Idade Média eIdade moderna. A Idade Média é ainda frequentemente dividida em dois ou três períodos.
Durante a Alta Idade Média verifica-se a continuidade dos processos de despovoamento, regressão urbana, e invasões bárbaras iniciadas durante a Antiguidade tardia. Os ocupantes bárbaros formam reinos apoiando-se nas estruturas do Império Romano do Ocidente. No século VII, o Norte de África e o Médio Oriente, parte do Império Oriental, tornam-se territórios islâmicos depois da conquista dos sucessores de Maomé. Embora tenha havido alterações significativas nas estruturas políticas e sociais, a rutura não foi tão acentuada como anteriormente defendida pelos historiadores, e a maior parte dos novos reinos incorporaram o maior número possível de instituições romanas já existentes. O cristianismo disseminou-se pela Europa ocidental e assistiu-se a um surto de edificação de novos espaços monásticos. Durante os séculos VII e VIII, os Francos, governados pela dinastia carolíngia, estabeleceram um império que dominou grande parte da Europa ocidental até o século IX, quando se desmoronaria perante as investidas de VikingsMagiares eSarracenos.
Durante a Baixa Idade Média, que teve início depois do ano 1000, verifica-se na Europa um aumento demográfico muito expressivo e um renascimento do comércio, à medida que inovações técnicas e agrícolas permitem uma maior produtividade de solos e colheitas. É ainda durante este período que se iniciam e consolidam as duas estruturas sociais que dominam a Europa até ao Renascimento: osenhorialismo – a organização de camponeses em aldeias que pagam renda e prestam vassalagem a um nobre – e o feudalismo — uma estrutura política em que cavaleiros e outros nobres de estatuto inferior prestam serviço militar aos seus senhores, recebendo como compensação uma propriedade senhorial o direito a cobrar impostos em determinado território. As cruzadas, anunciadas pela primeira vez em 1095, representam a tentativa da cristandade em recuperar dos muçulmanos o domínio sobre a Palestina, tendo chegado a estabelecer alguns estados cristãos no Médio Oriente. A vida cultural foi dominada pela escolástica e pela fundação de universidades, e a edificação das imponentes catedrais góticas foi uma das mais destacadas façanhas artísticas do seu tempo.
Os dois últimos séculos da Baixa Idade Média ficaram marcados por várias adversidades e catástrofes. A população foi dizimada por sucessivas carestias e pestes; só a Peste Negra foi responsável pela morte de um terço da população europeia entre 1347 e 1350. OGrande Cisma do Ocidente no seio da Igreja teve consequências profundas na sociedade e foi um dos fatores que esteve na origem de inúmeras guerras entre estados. Assistiu-se também a diversas guerras civis e revoltas populares dentro dos próprios reinos.

Réplica de um elmo.







Etimologia e periodização

A Idade Média é um dos três grandes períodos definidos pelo mais comum quadro de análise de história europeia: a Idade Antiga, ouAntiguidade, a Idade Média e a Era Moderna, que compreende as idades Moderna e Contemporânea.[2] O primeiro historiador a definir esta periodização tripartida foi Leonardo Bruni na sua História do Povo Florentino em 1442.[3] O mais antigo registo conhecido do termoIdade Média data de 1469, sendo grafado como media tempestas ou "tempos médios". Durante a sua introdução, foi comum a coexistência de várias variantes, como medium aevum, registada em 1604,[4] ou media scecula, registada em 1625. A periodização tripartida tornar-se-ia padrão depois da publicação em 1683 da obra História Universal Dividida nos Períodos Antigo, Medieval e Novoda autoria do historiador alemão Christoph Cellarius.[5]
A data consensual para o início da Idade Média é 476,[6] definida pela primeira vez por Bruni,[7] e que representa o ano em que é deposto o último imperador romano do Ocidente.[8] No contexto europeu, considera-se normalmente o fim da Idade Média no ano 1500,[9] embora não haja um consenso alargado sobre a data.[10] Dependendo do contexto, podem ser considerados como eventos de transição a primeira viagem de Cristóvão Colombo às Américas em 1492, a conquista de Constantinopla pelos Turcos em 1453, ou aReforma Protestante em 1517.[11] Por outro lado, os historiadores ingleses normalmente referem-se à Batalha de Bosworth em 1485como referência para o fim do período.[12] Em Espanha, é comum o recurso ao ano de 1516, aquando a morte do rei Fernando II de Aragão, ou o ano da morte da rainha Isabel I de Castela em 1504, ou ainda a conquista de Granada em 1492.[13]
Os historiadores de línguas românicas tendem a dividir a Idade Média em duas partes: um primeiro período, a Alta Idade Média e um segundo período, a Baixa Idade Média. Os historiadores anglo-saxónicos dividem normalmente a Idade Média em três segmentos: "Early Middle Ages", ou "idade média arcaica", definido entre 476 e o ano 1000"High Middle Ages", ou "alta idade média", entre o ano1000 e 1300; e "Late Middle Ages" ou "Idade média tardia" entre 1300 e 1453.[2] Os termos foram popularizados durante o início doséculo XX pelo historiador belga Henri Pirenne e pelo holandês Johan Huizinga. Durante todo o século XIX, a Idade Média era frequentemente referida como a "Idade das trevas",[14], mas com a criação de subdivisões o uso do termo ficou restrito ao período arcaico.[14]



Etimologia e periodização


A Idade Média é um dos três grandes períodos definidos pelo mais comum quadro de análise de história europeia: a Idade Antiga, ouAntiguidade, a Idade Média e a Era Moderna, que compreende as idades Moderna e Contemporânea.[2] O primeiro historiador a definir esta periodização tripartida foi Leonardo Bruni na sua História do Povo Florentino em 1442.[3] O mais antigo registo conhecido do termoIdade Média data de 1469, sendo grafado como media tempestas ou "tempos médios". Durante a sua introdução, foi comum a coexistência de várias variantes, como medium aevum, registada em 1604,[4] ou media scecula, registada em 1625. A periodização tripartida tornar-se-ia padrão depois da publicação em 1683 da obra História Universal Dividida nos Períodos Antigo, Medieval e Novoda autoria do historiador alemão Christoph Cellarius.[5]
A data consensual para o início da Idade Média é 476,[6] definida pela primeira vez por Bruni,[7] e que representa o ano em que é deposto o último imperador romano do Ocidente.[8] No contexto europeu, considera-se normalmente o fim da Idade Média no ano 1500,[9] embora não haja um consenso alargado sobre a data.[10] Dependendo do contexto, podem ser considerados como eventos de transição a primeira viagem de Cristóvão Colombo às Américas em 1492, a conquista de Constantinopla pelos Turcos em 1453, ou aReforma Protestante em 1517.[11] Por outro lado, os historiadores ingleses normalmente referem-se à Batalha de Bosworth em 1485como referência para o fim do período.[12] Em Espanha, é comum o recurso ao ano de 1516, aquando a morte do rei Fernando II de Aragão, ou o ano da morte da rainha Isabel I de Castela em 1504, ou ainda a conquista de Granada em 1492.[13]
Os historiadores de línguas românicas tendem a dividir a Idade Média em duas partes: um primeiro período, a Alta Idade Média e um segundo período, a Baixa Idade Média. Os historiadores anglo-saxónicos dividem normalmente a Idade Média em três segmentos: "Early Middle Ages", ou "idade média arcaica", definido entre 476 e o ano 1000"High Middle Ages", ou "alta idade média", entre o ano1000 e 1300; e "Late Middle Ages" ou "Idade média tardia" entre 1300 e 1453.[2] Os termos foram popularizados durante o início doséculo XX pelo historiador belga Henri Pirenne e pelo holandês Johan Huizinga. Durante todo o século XIX, a Idade Média era frequentemente referida como a "Idade das trevas",[14], mas com a criação de subdivisões o uso do termo ficou restrito ao período arcaico.[14]

Queda do Império Romano

Império Romano atingiu o seu apogeu e máxima extensão territorial durante o século II, mas durante os dois séculos seguintes verificar-se-ia o lento declínio do domínio territorial romano sobre os seus territórios.[15] A crise económica, reflectida na inflação, e instabilidade nas fronteiras motivada pela pressão de povos invasores, estiveram na origem da crise do terceiro século, períodos em que um vasto número de imperadores ascendia ao trono apenas para ser rapidamente substituído por novos usurpadores.[16] O orçamento militar aumentou constantemente ao longo de todo o terceiro século, sobretudo na sequência de uma nova guerra contra oImpério Sassânida, iniciada em meados do século. A necessidade de receitas levou à aplicação de uma sobretaxa fiscal e ao declínio em massa da classe média, proprietária de terrenos e unidades de produção, extinguindo-se assim o financiamento das estruturas administrativas de cada povoação.[17]
Estátua do fim do Império Romano, ilustrando os Quatro Tetrarcas, atualmente em Veneza.
No ano de 262, o imperador Diocleciano divide o império em duas metades, oriental eocidental, administradas separadamente. No entanto, os próprios cidadãos e administradores públicos não viam o seu império como dividido, e as promulgações legais e administrativas de uma parte eram consideradas válidas na outras.[18]Este sistema, que viria a ter dois co-imperadores seniores (augustos) e dois co-imperadores júniores (césares), viria a ser conhecido como tetrarquia.[18] Em 330, depois de um período de guerra civil, o imperador Constantino refunda a cidade de Bizâncio comoConstantinopla, a nova e renovada capital oriental.[19] As reformas de Diocleciano criaram uma administração pública forte, a reforma da cobrança de impostos, e o fortalecimento do exército, o que permitiu ganhar algum tempo mas não resolveu por completo os problemas que enfrentava: tributação excessiva, queda da taxa de natalidade e pressão fronteiriça.[20] Em meados do século IV, tornou-se constante a deflagração de guerras civis entre imperadores rivais, retirando forças das fronteiras e dando espaço à infiltração de bárbaros.[21]

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