Civilização minoica
No final do milênio
III a.C., várias localidades na ilha desenvolveram-se em centros de comércio e
trabalho manual, devido a introdução do torno na cerâmica e na metalurgia de
bronze, a qual se acrescenta um aumento da população (densamente povoada), especialmente no centro-oeste.
[12]Além disso, o
estanho da
península Ibérica e
Gália, assim como o comércio com a
Sicília e
mar Adriático começaram a frear o comércio oriental. No âmbito da agricultura , é conhecido através das escavações que quase todas as espécies conhecidas de cereais e leguminosas são cultivados e todos os produtos agrícolas ainda hoje conhecidos como o
vinho e
uvas,
[16] óleo e
azeitonas, já ocorriam nessa época.
[17] O uso da tração animal na agricultura é introduzida.
[18]Como resultado do comércio com o
Egeu e
Mediterrâneo, no Minoano Antigo, os minoicos viveram uma transição de uma economia agrícola para adentrar noutras economias, o resultado do comércio marítimo com outras regiões do
Egeu e
Mediterrâneo Ocidental.
[12] Com a utilização de metais, houve o aumento das transações com os países produtores: os minoicos procuravam
cobre do
Chipre,
ouro do
Egito,
prata e
obsidiana das
Cíclades.
[13] Os portos estavam crescendo tornando-se grandes centros sob influência do aumento das atividades comerciais com a
Ásia Menor, sendo que a parte oriental da ilha mostra a preponderância do período.
[14] Centros na parte oriental (
Vasiliki e
Malia) começam a notabilizar-se e sua influência irradia-se ao longo da ilha dando origem a novos centros; aldeias e pequenas cidades tornaram-se abundantes e as fazendas isoladas são raras.
[15]A civilização minoica surgiu durante a
Idade do Bronze Grega em
Creta e floresceu de aproximadamente do século XXX ao
XV a.C.[10] O termo "minoico" foi cunhado por
Arthur Evans, seu redescobridor, e deriva do nome do rei mítico "
Minos".
[11] Arthur Evans e
Nicolaos Platon, importantes arqueólogos minoicos, desenvolveram dois tipos de periodização para a civilização: Evans se baseou nos estilos de cerãmica produzidos criando assim três períodos, o Minoano Antigo, o Médio e o Recente; Platon baseou-se no desenvolvimento dos palácios minoicos o que gerou os períodos pré-palaciano, protopalaciano, neopalaciano e pós-palaciano.
Com o tempo o poder dos centros orientais começa a eclipsar, sendo estes substituídos pelo ascendente poderio dos centros interioranos e ocidentais. Isto ocorreu, principalmente, por distúrbios políticos na Ásia (
invasão cassita na
Babilônia,
expansão hitita e invasão
hicsa no
Egito) que enfraqueceram o mercado oriental, motivando um maior contato com a Grécia con.Este período (séculos XVII e
XVI a.C.,
MM III/neopalaciano) representa o apogeu da civilização minoica.
[26] Os centros administrativos controlavam extensos territórios, fruto da melhoria e desenvolvimento das comunicações terrestres e marítimas, mediante a construção de estradas e portos, e de navios mercantes que navegavam com produções artísticas e agrícolas, que eram trocadas por matérias-primas.
[20] Entre 1700 e
1 450 a.C., a monarquia de
Cnossos deteve a supremacia da ilha. Essa monarquia, apoiada, pela elite mercantil surgida em decorrência do intenso comércio, criou um imperio comercial marítimo, a
talassocracia.
[33][34] Após cerca de
1 700 a.C., a cultura material do
continente grego alcançou um novo nível, devido a influência minoica.
[35] Importações de cerâmicas do
Egito,
Síria,
Biblos e
Ugarit demonstram ligações entre Creta e esses países.
[36] Os
hieróglifos egípcios serviram de modelo para a
escrita pictográfica minoica, a partir da qual os famosos sistemas de escrita
Linear A e
B mais tarde desenvolveram-se.
[37]No final do período
MMII (1750 -
1 700 a.C.), houve uma grande perturbação em Creta, provavelmente um terremoto,
[23] ou possivelmente uma invasão da Anatólia.
[24] A teoria do terremoto é sustentada pela descoberta do
templo de Anemospilia pelo arqueólogo Sakelarakis, no qual foram encontrados os corpos de três pessoas (uma delas vítima de um sacrifício humano) que foram surpreendidas pelo desabamento do templo.
[25] Outra teoria é que havia um conflito dentro de Creta, e Cnossos saiu vitorioso.
[26] Os palácios de
Cnossos,
Festos,
Malia e
Zakros foram destruídos.
[27] Mas, com o início do período neopalaciano, a população voltou a crescer,
[28][29] os palácios foram reconstruídos em larga escala
[30] (no entanto, menores que os anteriores
[31]) e novos assentamentos foram construídos por toda a ilha, especialmente grandes propriedades rurais.
[32]Em torno de
2 000 a.C. foram construídos os primeiros palácios minoicos (
Cnossos,
Malia e
Festos),
[12] sendo estes a principal mudança do minoano médio.
[19] Como resultado, houve a centralização do poder em alguns centros, o que impulsionou o desenvolvimento econômico e social. Estes centros foram erigidos nas planícies mais férteis da ilha, permitindo que seus proprietários acumulassem riquezas, especialmente agrícolas, como evidenciados pelos grandes armazéns para produtos agrícolas encontrados nos palácios. O sistema social era provavelmente
teocrático, sendo o rei de cada palácio o chefe supremo oficial e religioso.
[20] A realização de trabalhos importantes são indícios de que os minoicos tinham uma divisão bem sucedida do trabalho, e tinham uma grande quantidade deles. Um sistema burocrático e a necessidade de melhor controle de entrada e saída de mercadorias, além de uma possível economia baseada em um sistema escravista, formaram as bases sólidas para esta civilização.
[21]
Em torno de
1 450 a.C., a civilização minoica experimentou uma reviravolta, devido a uma catástrofe natural, possivelmente um terremoto. Outra erupção do vulcão Thera tem sido associada a esta queda, mas a datação e implicações permanecem controversas. Vários palácios importantes em locais como
Malia,
Talyssos,
Festos,
Hagia Triada bem como os alojamentos de
Cnossos foram destruídos. Durante o
MRIIIB a ilha foi invadida pelos
aqueus da
civilização micênica.
[30] Os sítios dos palácios minoicos foram ocupados pelos micênicos em torno de
1 420 a.C.[44] (
1 375 a.C. de acordo com outras fontes
[35]).A
erupção do vulcão Thera (atual
Santorini) foi implacável para o rumo de Creta.
[38] A erupção foi datada como tendo ocorrido entre 1639 e
1 616 a.C., por meio de
datação por radiocarbono;
[39] em
1 628 a.C. por
dendrocronologia;
[40] e entre 1530 -
1 500 a.C. pela
arqueologia.
[41] O leste da ilha foi alcançado por nuvens e chuva de cinzas que possivelmente alastraram gases nocivos que intoxicaram muitos seres vivos, além de terem causado mudanças climáticas e
tsunamis, o que possivelmente fez com que Creta se tornasse polo de refugiados provenientes das
Cíclades, o que minou, juntamente com os cataclismos naturais prévios, a estabilidade da ilha.
[42] Além disso, a destruição do assentamento minoico em Thera (conhecido como
Akrotiri) poderia ter impactado, mesmo que indiretamente, o comércio minoico com o norte.
[43] Em torno de
1 550 a.C., um novo abalo sísmico consecutivo às catástrofes do
Santorini, destruiu outra vez os palácios minoicos, no entanto, estes foram novamente reconstruídos e foram feitos ainda maiores do que os anteriores.
[35][30]
[editar]Civilização micênica
Os micênicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos minoicos, o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com afrescos
[carece de fontes].Os minoicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos micênicos, que adoptam aspectos da cultura minoica. O nome "micénico" foi criado por
Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de
Micenas, no nordeste do
Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de
Tirinto,
Tebas e
Esparta. Julga-se que os micênicos se chamariam a si próprios aqueus. De acordo com vários historiadores, os micênios eram chamados de
Ahhiyawa pelos
hititas.
[45] A sua civilização floresceu entre 1600 e
1 200 a.C.
Para além de praticarem o comércio, os micênicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de1 400 a.C. os micênicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minoica.
Por volta de
1 250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência do
reino hitita no
Oriente Próximo[carece de fontes], que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas
[carece de fontes]. É provável que a destruição da cidade de
Troia, facto que se teria verificado entre 1230 e
1 180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na
Ilíada, escrita séculos depois.
[editar]Idade das Trevas
Dá-se o nome de Idade das Trevas ao período que se seguiu ao fim da civilização micénica e que se situa entre 1100 e 800 a.C.Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C.. Os objectos de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas també com as escassas fontes para o conhecimento da época.
Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exactas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.
[editar]Período Arcaico
Com a recuperação econômica após o interlúdio dórico, a população grega cresceu além da capacidade de produção das terras
cultiváveis[carece de fontes]. Diante desse desequilíbrio, e procurando garantir melhores condições de vida, alguns grupos teriam se destacado, passando a manejar armas e a ter domínio sobre as melhores terras e rebanhos. Esses grupos acumularam riqueza, poder e propriedade como resultado da divisão desigual das terras do
ghené, considerando-se os melhores —
aristoi, em grego. Assim, foram diferenciando-se da maioria da população e dissolvendo a vida comunitária do
ghené. Essas transformações sociais estavam na origem da formação da
pólis, a cidade grega. A partir de
750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, firmando
colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII e
VI a.C. fundaram aí novas cidades, as
colônias, as quais chamavam de
apoíkias—; palavra que pode ser traduzida por
nova casa.A origem das
cidades gregas remonta à própria organização dos invasores, especialmente dos aqueus, que se agrupavam nos chamados
ghené (
ghenos, no singular). Os
ghené eram essencialmente
comunidades tribais que cultuavam seus deuses na
acrópole (local elevado). A vida econômica dessas grandes famílias era, a princípio, baseada em laços de parentesco e cooperação social. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam à comunidade. Havia uma liderança política na figura do
pater, um membro mais velho e respeitado. Diversos
ghené agrupavam-se em fratarias, e diversas fratarias em tribos.
São muitas as causas apontadas pelos historiadores para explicar essa expansão colonizadora grega. Grande parte dessas causas relaciona-se a questões sociais originadas por problemas de posse de terra e dificuldades na agricultura
[carece de fontes].
As melhores terras eram dominadas por famílias ricas (os
aristoi, também conhecidos por
eupátridas - bem nascidos). A maioria dos camponeses (
georgoi) cultivava solos pobres cuja produção de alimentos era insuficiente para atender às necessidades de uma população em crescimento. Uma terceira classe, que não possuía terras, dedicar-se-íam, mais tarde, ao comércio; eram chamados de
thetas, marginais. Para fugir à miséria, muitos gregos migravam em busca de terras para plantar e de melhores condições de vida, fundando novas cidades. Assim, no primeiro momento, a principal atividade econômica das colônias gregas foi a agricultura. Posteriormente, muitas colônias transformaram-se em centros comerciais, dispondo de
portos estratégicos para as rotas de navegação.
A Hélade começa a dominar lingüística e culturalmente uma área maior do que o limite
geográfico da Grécia. As colônias não eram controladas politicamente pelas cidades que as fundavam, apesar de manterem vínculos religiosos e comerciais com aquelas. Predominava entre os gregos sempre a organização de comunidades independentes, e a cidade (cada uma desenvolveu seu próprio sistema de
governo,
leis,
calendário e
moeda) tornou-se a unidade básica do governo grego.
[editar]Consequências da As evidências arquelógicas indicam que o padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das área do primeiro andar de residências encontradas por arqueólogos aumentou 5 vezes, de 55 metros quadrados para 230 metros quadrados); a expectativa de vida e a estatura média também mostram evidências de melhoria.[46] A população aumentou de 600.000 no século VIII a.C. para em torno de 9 milhões, no IV a.C.[47]. E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial, estando em vantagem em alguns pontos se comparada com as economias mais avançadas antes da Revolução Industrial, os países baixos do século XVII e a Inglaterra do século XVIII.[48] Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes. Outras cidades permaneceram relativamente igualitárias na distribuição das terras, em Atenas é estimado que entre 7,5-9% dos cidadãos, o grupo abastado, fossem proprietários de 30-35% de todas as terras, e 20% dos cidadãos tinham pouca ou nenhuma terra e os restantes 70-75% dos cidadãos eram proprietários de 60-65% das terras[48], uma distribuição com índice Gini menor do que a renda dos EUA hoje e comparável à distribuição de renda de Portugal.Socialmente, a colonização do mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos.Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas.
[editar]Período Clássico